15.9.11

Efemérides



Domingo  eu vi uma senhorinha morrer. Sentadinha na sua cadeira ao sol, quietinha, morreu. Apagou como um vela soprada por vento cálido. Singelamente, como só a vida e a morte podem ser.

Posso chocar algumas pessoas que aqui venham e leiam isso. Mas foi coisa simples, natural. Só fiz rezar por sua alma viajante.

Não a conheci antes de vê-la ali sentada quieta, em sua cadeira de rodas, arrumadinha, linda,como qualquer vovó de conto de fada. Não sei há quantos anos estava nessa situação, já tinha avançado bem os 90.


Ando com o filme Cerejeiras em Flor na cabeça desde que fui buscá-las no Parque do Carmo. Li que ali havia um festival Hanami * tupiniquim, tão esplendoroso como os do Japão. Peguei metrô e ônibus sozinha, não arranjei companhia para o passeio que terminou  em decepção.

Esqueceram de soprar às árvores plantadas ali, que todas deveriam florir em conjunto. Por isso encontrei meia dúzia de cerejeiras floridas espalhadas em um gramado bem grande. Não vi nenhuma daquelas massas cor de rosa que eu havia idealizado,  inspirada  pelas imagens do cinema.


Mas a falta das flores não embatucou a lembrança  de todos os sentimentos  que o filme me havia suscitado.

Para os japoneses as flores delicadas, são vistas como uma metáfora para a própria vida, luminosa e bela mas efêmera e transitória.


No filme, a vida num momento sutil se extingue, e um marido tem que enfrentar uma viagem imensamente longa para se pacificar no seu amor.

No meu passeio solitário por aquelas poucas flores  percebi que nem tudo acontece como no cinema. Se a vida pode se transformar de um instante para o outro, o que fazer das palavras que não se disse, do afeto que não se mostrou, da desculpa que não se pediu, do carinho que mesquinhou.

Pensei - livra-me da angustia desse vão imenso que se instala quando a vida nos diz: trouxe uma reviravolta comigo.

Sorrindo escolhi ser uma pessoa melhor.

Eu nunca havia visto ninguém morrer. Abriu-se uma fenda
 imediatamente dentro de mim.

*Hanami - quer dizer “ver as flores”, no caso, das sakura, cerejeiras japonesas

9.9.11

Doce Ano Novo


Neste mês,  comemora-se o Rosh Hashaná, ano novo judaico.  Costuma-se por isso, presentear os amigos e parentes com doces feitos de mel e frutas, preconizando um ano doce e farto para todos.
Nada melhor que o Panforte para simbolizar esse anseio.
Queridos amigos, por favor, façam suas encomendas com antecedência para que eu possa agradar e adoçar a todos.
Muito obrigada, Shana Tova.

4.9.11

Iupiiiii !!!

Aquedutos romanos Tarragona - Espanha - Foto Pamela Mc Creight
Todo estilista e fotógrafo de culinária tem que ter um hamburguer em seu portfólio. Por isso o II Food Photo Festival Tarragona (que acontece na Espanha  de 29 de setembro a 2 de outubro)  abriu inscrições para que fotógrafos e estilistas, do mundo todo, mandassem seus hamburgueres. Os 20 mais interessantes foram selecionados para uma exposição que ocorrerá durante o evento.

Trabalhando com meu querido amigo fotógrafo Augusto Bartolomei, decidimos na brincadeira, mandar alguns de nossos hamburgueres.

E não é que, sem brincadeira nenhuma, fomos selecionados ?

Foto do Augusto, estilismo de culinária meu, nosso hamburguer feito para a cadeia de  restaurantes América, de SP,  estará se exibindo na Espanha !

Viva, viva, viva !!!!