Por Tanya Volpe
O inesperado nas viagens é o que as torna sempre e mais encantadoras.
Entre uma e outra viagem me ocupo com pesquisas sobre possíveis próximos destinos. Seleciono histórias, passeios, lugares para conhecer . Mais próximo, escolhido o lugar, começo a direcionar o foco, e é uma delícia quando dá para até começar a procurar e ouvir as músicas de lá… É assim não é?
Como comida é minha área de interesse, levo sempre levantamento de restaurantes de chefs de quem acompanho o trabalho e me interessam conhecer . Somado a indicações de amigos queridos, enfim , tudo de bom e… sempre coisa demais. Bom pretexto para próximas…
Logo na primeira noite de chegada a NY, com um cansaço absurdo e ainda se reconhecendo na cidade saímos para jantar. Não conseguimos andar mais que três quadras quando nos deparamos com um restaurante, fora de qualquer listagem. Tinha uma cara simpática com algumas mesas enfileiradas do lado de fora, resguardadas por floreiras e aquela mesa para dois, vazia, nos esperando.
Sentamos e começamos a examinar o menu, cardápio pequeno praticamente só de peixes. Não dava para imaginar então que teríamos ali a melhor refeição daquela viagem !
O restaurante chama-se Fulton, o mesmo nome do mercado de venda de peixes de NY (Fulton Fish Market ). Soubemos então que o proprietário Joseph Gurrera e sua família operam um box nesse mercado histórico há 25 anos. Instalado originalmente ao sul de Manhattan há mais de 180 anos este importante ponto de venda mudou-se para o Bronx em 2005 após o 11 de setembro para o remanejamento dessa área da ilha.
Os donos do Fulton então são responsáveis pela distribuição de bons peixes para muitos restaurantes da cidade . O que se esperar para o seu próprio ? Claro que os peixes vieram fresquíssimos, delicados, cozidos no ponto ideal sob os cuidados do chef Jeremy Culver.
Por sugestão do garçon, que descobrimos ser brasileiro, João Marcelo, e vive há 20 anos por lá, pedimos um bolinho de caranguejo, prato típico da cozinha americana que aqui era trabalhado de uma maneira muito leve. Vinha acompanhado com uma saladinha de salsão e maçã, temperada com um molho de mostarda suave que dava equilíbrio à fritura do bolinho empanado . Primeiro acerto!
Pedi então um pargo vermelho cozido no vapor, acompanhado de pequeninas ervilhas frescas, lascas de caranguejo e um molho incrível de estragão e leite de coco O conjunto tinha a maior cara de verão, era uma mistura refrescante e diferente. Perfeito.
Pedimos também linguado cozido em um molho de caldo de rabada reduzido condimentado com especiarias que nos surpreendeu de novo pelo inusitado e pelo equilibrio. O aveludado do molho realçava o sabor do peixe. O chef novamente mostrava maestria ao criar suas misturas.
De sobremesa ganhamos de brinde do garçon, que a essa altura já tinha virado amigo, uma torta de maçã, tipo vovó Donalda, quentinha servida com sorvete, ótima . Não resisti e pedi também um “bolinho” de tangerina servido com 2 molhos, um deles de manjericão e outro um caramelo de laranja .(aqui de novo a sensibilidade do chef me encantou). Tudo perfeito!
São essas coisas imponderáveis, as surpresas, que tornam únicas e maravilhosas as viagens. E, o Fulton foi , sem dúvida, um desses adoráveis imprevistos!
http://www.fultonnyc.com/
205 East 75th Street
New York, NY
(212) 288-6600
29.8.10
19.8.10
Inspirações
Agradecimentos a Nina Horta, Ana Soares, Neide Rigo e Mara Salles fontes perenes de inspiração . Sua criatividade, seu rigor, sua inteligência, e suas sabedorias me norteiam e ensinam. E elas, sem desconfiar de nada são só, sempre, generosidade e carinho .
Por Tanya Volpe
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Agradecimentos
Toda gratidão às minhas amigas Adília, Lélia e Regina que me acolheram e mostraram os caminhos blogueiros no Fifties.
Por Tanya Volpe
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