Meu deus, livra-me de mim. Pai, continua a
ser o nosso pai. Faz com que a nossa vida seja o sinal de outra vida. Ajuda-nos
a aceitar, na incerteza destes dias que parecendo ser tudo nada são, o que
chega e o que vai. Não nos deixes desesperar mais do que o necessário para
continuarmos despertos e para que depois possamos descansar na tua paz.
Continua a mostrar-te sem nunca te vermos porque não somos dignos da tua
presença e enorme é a nossa aflição. Fizeste-nos à tua imagem e sem ti
enlouquecemos. Quiseste que só te encontrássemos com a alma e perdemo-nos com
os olhos da distracção. Acompanha o meu filho e os filhos de todos os outros,
por mais que se percam que te possam de novo encontrar. Perdoa-nos as palavras
injustas, a insensatez dos nossos actos, a grande ignorância que se esconde na
nossa vaidade. Ajuda-nos a ser fiéis ao que prometemos, assusta-nos quando
levianamente
trocamos
o que importa pelo que não tem importância, castiga-nos quando julgarmos que
sozinhos conseguimos fazer o que seja.
Somos
feitos de ossos, pele e carne. E de uma parte divina que quer voltar a ti,
nosso pai.
Pedro
Paixão – Viver todos os dias cansa -
Edições Cotovia – Lisboa 1995
Li uma vez o livro Noiva Judia e encontrei esta oração no final. Entreguei o livro, pois era emprestado, mas nunca esqueci a oração.
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