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Vladimir Lagrange - Siberia Wireman 1979 |
Os poemas que escrevo
São moinhos
Que andam ao contrário
As águas que moem
Os moinhos
Que andam ao contrário
São as águas passadas
Com o fogo não se brinca
porque o fogo queima
com o fogo que arde sem se ver
ainda se deve brincar menos
do que com o fogo com fumo
porque o fogo que arde sem se ver
é um fogo que queima
muito
e como queima muito
custa mais
a apagar
do que o fogo com fumo
porque o fogo queima
com o fogo que arde sem se ver
ainda se deve brincar menos
do que com o fogo com fumo
porque o fogo que arde sem se ver
é um fogo que queima
muito
e como queima muito
custa mais
a apagar
do que o fogo com fumo
Adília Lopes – Aqui estão as minhas contas Antologia poética
Organização Sofia de Sousa Silva
Ed. Bazar do Tempo
Maravilhosa Adilia Lopes!
ResponderExcluir"Escrever um poema
é como apanhar um peixe
com as mãos
nunca pesquei assim um peixe
mas posso falar assim
sei que nem tudo o que vem às mãos
é peixe
o peixe debate-se
tenta escapar-se
escapa-se
eu persisto luto corpo a corpo
com o peixe
ou morremos os dois
ou nos salvamos os dois
tenho de estar atenta
tenho medo de não chegar ao fim
é uma questão de vida ou de morte
quando chego ao fim
descubro que precisei de apanhar o peixe
para me livrar do peixe
livro-me do peixe com o alívio
que não sei dizer"
Muito obrigada por sua colaboração. Desculpe, só vi agora. Isso mesmo, um poema mais lindo que o outro!
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