Basilica de San Marco - Veneza - Cúpula do Genesis |
Você já se deu conta da quantidade de pessoas que se cruza
durante o dia que estão falando de deus, apostolando, citando versículos e
evangelhos, doutrinando ? Preste atenção e me diga.
No supermercado o repositor da gôndola de verduras fica
buzinando na orelha do repositor da das frutas. Já cruzei com essa situação
várias vezes e me ocorre que deve ser “eficaz” , porque a vitima não tem por
onde fugir, pois tem que cumprir o
cronograma de trabalho, não pode virar as costas e ir fazer outra coisa em
outro lugar. Essa missão doutrinadora está tomando conta das cidades. Andando
na rua você cruza com pessoas “apostolando”. No ônibus, no metrô, tem sempre alguém falando com veemência e entusiasmo
para um outro que ouve indefeso.
São Benedito - Mouro |
E outra. Quantas pessoas passaram a incorporar o “vai com deus” ,“fica com deus” nas suas saudações de despedida. Não sou atéia, muito pelo contrário, mas confesso que esse hábito, jogado assim ao léu, me incomoda bastante . Esse tipo de adeus era carinhosamente murmurado por algumas mães, madrinhas ou tias evidenciando um sentido amoroso de cuidado, muito maior que religioso. Agora banalizou-se, virou “mandinga”parece.
Sebastien Munster -Les monstres marins & terrestres lesquelz on trouve en beaucoup de lieux es
parties septentrionales - Cosmographie Universelle - 1560
São exemplos pequeninos, cotidianos, para não falar das guerras
religiosas através da história e tão cruentas ainda nos dias de hoje . Gente
matando e morrendo por uma fé que acreditam “superior” a do seu vizinho.
Leio todos os suplementos de turismo dos jornais. No Estadão de
15/5 a coluna do “Mr Miles” , onde
viajantes colocam suas dúvidas e comentários para serem respondidos pelo
colunista, chamava-se : “Quer falar ?
Então ouça primeiro.” Leia. “Mr Miles”
responde a um pastor que vai se juntar a um grupo de outros em
Moçambique, para “ensinar” a palavra do senhor ao “sofrido povo daquele país”.
Com toda a verve e educação características de seu estilo ele coloca firme e
delicadamente sua posição sobre o ato de viajar para descobrir o mundo e ,
desfia considerações importantes sobre atitudes doutrinárias através dos tempos
resumindo : “... cada povo tem sua
própria maneira de rezar e agradecer “ . Ouça.
Tenho um amigo budista que me descreveu as religiões como uma roda
de bicicleta. Elas estão representadas nos aros que convergem para o centro,
que é o mesmo para todas. Quando mais perto você estiver dele mais próxima sua
religião estará da outra. É isso .
Pela diversidade e liberdade, que Deus abençoe a todos nós !
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigada pelo seu comentário.Por favor deixe o seu nome e se quiser alguma resposta específica, o seu email. Um abraço, Tanya